Tema: Dificuldade de aprendizagem da leitura e escrita.
Justificativa.
Justificativa.
Sabemos que, geralmente convivemos
com alunos com dificuldades de aprendizagem e professores com questionamentos
sobre como melhorar a própria prática e prevenir o fracasso escolar. Esse
projeto tem o foco de tentar resolver a situação encontrada, como também servir
de referência reflexiva no dia a dia da prática escolar na contemporaneidade.
Percebemos
que a realidade atual vem afastando cada vez mais nossos educandos do ato de
ler. Aspectos como computadores, videogames, TV, o acesso restrito a leitura no
núcleo familiar, e a falta de incentivo, têm ocasionado pouco interesse para
leitura e por consequência das dificuldades marcantes que sentimos na escola:
vocabulário precário, informal, dificuldade de compreensão, erros ortográficos,
poucas produções significativas dos alunos, conhecimentos restritos aos
conteúdos escolares. A leitura e escrita é uma
das habilidades mais afetadas com maior frequência. O fracasso escolar, mais
especificamente a dificuldade na elaboração da leitura e da escrita tem
preocupado os educadores, pesquisadores e pais.
Sabemos que a aprendizagem não se restringe apenas as
dependências escolares, os fatores exógenos são de fundamental importância
neste contexto educacional, pois diz respeito à natureza, à direção e ao ritmo
do desenvolvimento. É neste sentido que a família é determinante
no processo de ensino-aprendizagem, já que é a primeira fonte de relações sociais
do individuo e neste seio é possível se estabelecer condições para que haja
possíveis dificuldades de aprendizagem.
Por sua vez, conhecer as ações psicopedagógicas que
podem ser sugeridas para a motivação dos alunos para a leitura, é de grande
importância, pois são medidas reconhecidas por muitos teóricos como válidas
para os esses alunos e vai dotá-los de sentimentos de alta estima,
fazendo-os perceber suas potencialidades e recuperando, desta forma, seus processos
cognitivos e afetivo-emocionais.
Introdução
Neste
projeto objetivou-se: trabalhar com o processo de leitura e escrita nos 3°
anos; reconhecer a importância da leitura e escrita na constituição da vida em
sociedade e acompanhar o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem dos
alunos, orientando-os em suas dificuldades. Realizou-se observação em sala de
aula, bem como, atividades diagnósticas relacionadas à leitura e escrita. Neste
âmbito, buscou-se proporcionar um aprendizado da leitura e da escrita,
considerando o contexto social do aluno, e este como ser atuante e sujeito da
história. O processo da escrita é um processo complexo, que envolve tanto o
domínio do sistema alfabético/ortográfico, quanto à compreensão e o uso efetivo
e autônomo da língua). É
através da leitura e da escrita que a criança terá a possibilidade de conhecer
seu desempenho e compreender seu processo
de aprendizagem e formação, pois, quando passa a ter consciência deste
processo, desenvolve-se intelectual, social e afetivamente. Para Freire (1975),
a aprendizagem da leitura e da escrita equivale a uma releitura do mundo, ou
seja, deve-se partir do contexto social da criança para estar trabalhando no
sentido de fazer com que aprendam não apenas a repetir palavras, mas a entender
o significado e o valor de cada palavra e do que esta sendo comunicado, em
variados contextos. A leitura é o ato de interpretar tudo aquilo que nos é
mostrado. É um processo de relacionar símbolos escritos a unidades de som e é
também um processo de construir uma interpretação de textos escritos. Quando
alguém sabe ler, mas não consegue compreender sequer textos curtos, essa pessoa
pode ser alfabetizada, mas tem um nível de letramento muito baixo. Esse nível
pode aumentar, à medida que o indivíduo aprende a lidar com diferentes
materiais e conteúdos de leitura e de escrita e consegue perceber as
intencionalidades ideológicas contidas em contextos de leitura e escrita.
Vygotsky (1988) ressalta que a leitura nunca é mera decodificação mecânica. Nos
momentos em que a decodificação dos signos está presente, a leitura vem
impregnada de sentidos e predomina sobre o significado da palavra. O autor
ainda destaca que as palavras obtêm seu sentido no contexto do discurso;
mudando o contexto, varia o sentido da palavra. Desta forma, aprender a ler e
escrever são ir além do papel e caneta, é compreender todo o processo de
alfabetização, não no sentido de uma manipulação mecânica de palavras soltas,
mas sim numa relação que busca interagir linguagem e realidade. Segundo
Ferreiro (1985) para chegar à compreensão da correspondência entre as letras –
unidades gráficas mínimas – e os fonemas – unidades sonoras mínimas é preciso
realizar uma operação cognitiva complexa. Nas escritas alfabéticas, essa
empreitada envolve entender o que a escrita representa as palavras faladas e
como a escrita cria essas representações.
Ele demonstra que conhecem de alguma forma, as estruturas e funções da
escrita. O mesmo se faz quando uma pessoa pede para outra ler algo. Este
indivíduo é analfabeto, não possui a decodificação dos signos, mas, ele possui
certo grau de letramento devido a sua experiência de vida em uma sociedade que
é permeada pela escrita, logo, este é letrado. De acordo com Ferreiro &
Teberosky (1991), investigações recentes demonstraram que a aprendizagem da
escrita não é uma tarefa simples para a criança, já que requer um processo
complexo de construção, em que suas ideias nem sempre coincidem com as dos adultos.
A escola, muitas vezes, parte do princípio de que o aprendiz deve unicamente
conhecer a estrutura da escrita, sua organização em unidades e seus princípios
fundamentais, que incluem basicamente algumas das noções sobre a relação da
escrita com a oralidade, para que possua os pré-requisitos, aprenda e
desenvolva as atividades de leitura e de produção da escrita. Contudo a escrita
ultrapassa sua estruturação e a relação entre o que se escreve e como se
escreve demonstra a perspectiva de onde se enuncia a intencionalidade das
formas escolhidas. Para que os alunos aprendam a ler e a escrever é preciso,
portanto, planejar situações didáticas específicas destinadas a essa
finalidade, não basta inundá-los de letras escritas. Frequentemente, o
aprendizado fora dos limites da instituição escolar é mais motivador, pois a
linguagem da escola nem sempre é a do aluno. Dessa maneira percebe-se uma
escola que ainda exclui, reduz, limita ou desconsidera o contexto do aluno ou
então, que não avança neste contexto que o aluno traz. É Importante observar o
que nos diz Abaurre (1987, p, 49), ao defender que as crianças aprendem a escrever
com a própria escrita, explorando todas as suas possibilidades, vivenciando o
conflito entre o idiossincrático e o convencional: ”A leitura e a escrita podem
surgir de forma espontânea e significativa já na pré-escola, prescindindo da
condução e treinamento rígidos pressupostos pelo uso de cartilhas” Neste
sentido, acredita-se que ensinar é deixar aparecer às contradições, as
semelhanças, as diferenças. É possibilitar condições para que isso aconteça,
para as descobertas, os conflitos e o debate. Isso não se garante com uma
classe organizada circularmente, grupos, ou em filas, não é essa a questão.
Isso acontece na relação que se estabelece entre as pessoas e com o
conhecimento. Além disso, a aprendizagem
se tornará destituída de prazer se a escrita for reduzida a uma série de
exercícios de codificação e decodificação de “textos” enfadonhos e artificiais,
preparados para se aprender a ler e a escrever. Quanto maior a familiaridade
com material escrito, maior facilidade da criança em reconhecer, identificar e
compreender o texto escrito e seus usos, aprendizagem que inclui também a
identificação dos elementos caracterizadores do texto escrito. As dificuldades
de aprendizagem no ensino da leitura e da escrita existem e podem surgir em
qualquer pessoa, independente do estado social a que pertença. Deve-se fazer um
esforço conjunto no sentido de tentar minimizar essas dificuldades, por isso, é
fundamental a participação da escola, dos professores, da família e de todos os
especialistas ligados à área do conhecimento neste processo. O professor deve
ser um profissional que tenha consciência da especificidade do seu trabalho,
que é o de ensinar, e para ensinar deve ter o domínio do conhecimento, bem como
é necessário ter como princípio norteador à unidade entre teoria e prática.
Assim, é fundamental partir da realidade de cada sala de aula, de cada escola,
e da realidade em que o aluno está inserido. E aí então é que se devem retirar
os elementos que permitirão compreender e direcionar uma ação consciente que
procure superar as dificuldades encontradas e recuperação do real significado
do papel do professor. Através da prática de ensino, pode-se perceber que
apesar de ser primordial, não é apenas frequentando um curso de graduação que o
individuo se torna profissional. É, sobretudo, comprometendo-se profundamente
como construtor de uma práxis que se forma o profissional. É preciso construir identidades
como professoras. Como educadores, precisamos aprofundar a reflexão sobre o
alfabetizar letrando, pois segundo Albuquerque, afirma que é um desafio permanente,
que implica sobre as práticas e as concepções por nos adotados ao iniciarmos
nossas crianças e nossos adolescentes no mundo da escrita, analisarmos e
recriarmos nossas metodologias de ensino, a fim de garantir, o mais cedo e da
forma mais eficaz possível.
OBJETIVO
GERAL:
Mediar os alunos num processo de leitura
permanente para estarem continuamente atualizados frente aos desafios e
perspectivas do mundo moderno/contemporâneo, ajudando-os a se tornarem leitores
e escritores;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS;
Desenvolver estratégias e
procedimentos de leitura eficientes
Propor situações didáticas que garantam, de maneira contínua, a abordagem
de gêneros diversos selecionados em função de temas de estudo e com grau de
dificuldade crescente;
Buscar informações, selecionar estratégias de leitura conforme os
propósitos específicos;
Oportunizar aos estudantes o acervo de inúmeras coletâneas de variados autores,
buscando sempre, ampliar seus conhecimentos e suas capacidades criativas;
Incentivar o estudante a compreender e utilizar melhor as regras
ortográficas da Língua Portuguesa;
Identificar as características dos textos estudados;
Ler individualmente e em grupo, conhecendo os clássicos e identificar
recursos linguísticos, procedimentos e estratégias discursivas para
relacioná-las com seu gênero;
Reconhecer a leitura como uma fonte essencial para produzir textos;
Produzir e revisar textos em diferentes gêneros;
Metodologia
De acordo com os objetivos citados, este projeto de
intervenção, refere-se a promover atividades de leitura, escrita e produção de
texto na turma do 3º ano da rede de ensino público municipal, visa possibilitar
a construção de incentivo dos mesmos, conhecer diferentes tipos de textos como
o conto, jornais e revistas. Formar leitores autônomos, diversificar
estratégias de leitura e escrita e ampliar as suas práticas para avaliar o
desenvolvimento de aprendizado dos alunos.
II BIMESTRE
Apresentação do projeto aos alunos e à escola;
Questionário sobre sua prática atual de leitura;
Diversas
modalidades de leitura: Silenciosa, compartilhada, socializada, individual,
cantinho da leitura, biblioteca e mediada (escolher um determinado autor,
gênero textual, uma temática etc.), leituras pelos alunos em grupo, (cada grupo
com livro e cada aluno lê um parágrafo ou página), leitura oral, leitura feita
pelo aluno;
Fazer uma leitura com boa entonação de voz,
destacando as partes emocionantes;
III BIMESTRE
Exploração
dos sentidos dos textos, vocabulário, aspectos formais do texto, idas e vindas
ao retorno dos textos, leitura da parte final do texto, conversa sobre a
história, comparar leituras de livros;
Debates;
Produções
textuais relacionadas ao texto explorado, já que, ao usar elementos de conteúdo
ou forma, eles se apropriaram dos elementos escritos, assim adquirindo
competências e novas idéias de formulações do texto lido;
Produzir textos e expor na sala;
IV BIMESTRE
Recortar textos de seu interesse em jornais,
revistas ou livros.
Roda
de leitura;
Parada da leitura semanal (Fotografar momento
ou filmar);
Dramatizações a cada final de unidade
(critério do professor escolher apresentação);
Confecção mural do leitor; (Campeões da semana
na leitura, li e gostei dicas do bom leitor, piadas, causos, informações, autor
estudado na semana, Recadinhos, acontecimentos) Sugestões para mural;
Gincana
da leitura;
Confeccionar murais em conjunto;
REFERÊNCIAS
Abaurre,
M.B.M.et AL. Leitura e escrita na vida e na escola.In:Leitura:teoria e prática
v.4,n.6,1965,p.15-26
Albuquerque,
E, B.C. Alfabetização e letramento; O que são?Como se relacionam? Como
‘alfabetizar letrando’
FERREIRO, E. & TEBEROSKY, A. Psicogênese da
língua escrita. Rio de Janeiro: Artmed, 1991. FERREIRO, E. Reflexões sobre a
alfabetização. São Paulo: Cortez, 1985. FREIRE, P. Educação como prática da
liberdade. 5ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975. Letramento. São Paulo:
Contexto, 2000. VIGOTSKY, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem,
desenvolvimento e aprendiz